27 de jun. de 2014

TRANSGENIA

PACINI, Diogo Barth.


Transgênicos conforme o próprio nome diz é uma transformação gênica, esta é feita por engenharia genética, que tem a função de inserir genes de outra espécie que não pode ser feita de forma natural.

Os transgênicos são muito conhecidos, principalmente no que diz respeito aos alimentos. Mas a trangenia pode ocorrer em plantas, animais, bactérias e vírus.


 PLANTAS

 Em plantas a trangenia pode ser feita por dois métodos, o bombardeamento (Biobalística), que consiste em “atirar” o DNA de interesse contra a célula. Nesse processo usa-se microparticulas de ouro ou tungstênio envolvido com o material genético de interesse, esse por sua vez é colocado em um equipamento que é acionado utilizando pólvora ou gás, quando disparado, o projétil entra na célula integrando o material genético de interesse no DNA da célula.

Outro método é o utilizando Agrobactéria (Bactéria do solo), esta tem a capacidade de entrar na célula vegetal e inserir seu material genético no DNA da planta. Em laboratório as agrobactérias  são manipuladas e delas se retiram a porção de DNA que não interessa e é adicionada o DNA de interesse, em seguida, a nova agrobactéria é colocada em contato com as células vegetais, fazendo o seu papel, em pouco tempo o DNA de interesse já estará junto com o DNA da célula vegetal. Está célula é colocada para a reprodução, surgindo assim, novas plantas com características de interesse.

OBS.: o método da agrobactéria será vista com mais detalhes logo abaixo.

Essas transformações em plantas são utilizadas para obter as seguintes alterações: 
  •           resistência a outras plantas (chamadas de daninha);
  •           produção de  flores mais bonitas ou com coloração diferenciada;
  •           frutos com maiores valores energéticos ou mais nutritivos (aumentando o teor de algum ingrediente);
  •           produção de plantas que duram mais tempo;
  •           resistência à seca;
  •           resistência a insetos;
  •           tolerância ao herbicida glifosfato (muito utilizado em kits de agrotóxicos, isso faz com que a planta resista mais quando estes kits são utilizados na cultura);
  •           resistência a vírus e bactérias;
  •           modificar algumas características dos frutos, tais como, frutos sem sementes, mais suculentas, colocação diferentes entre outras.



 ANIMAIS

 A alteração genética de animais são feitas com a introdução do gene de interesse no óvulo. O sucesso da transgenia neste caso depende de várias repetições, pois conforme conhecemos as leis de Mendel, temos que torcer para que o gene introduzido seja expresso no descendente. Uma outra forma de introduzir alterações é utilizando as células-tronco embrionárias.

Em animais a transgenia é muito utilizada para pesquisas cientificas, mas também podem ser utilizadas para:
  •           obtenção de fármacos;
  •           alteração de características físicas;
  •           alteração dos nutrientes (em caso de animais em que o homem utiliza para obter alimentos, tais como o ovo e o leite);
  •           produção de alimentos com características alteradas (ovos maiores por exemplo);
  •           produzir animais resistentes a doenças;
  •           utilizar animais para o xenotransplante (transplantes de órgãos de animais em humanos);
  •           produzir animais com características bio-reatoras (de interesse a industria).


Caso queira saber mais sobre este assunto indico este artigo para leitura: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252008000200017&script=sci_arttext


 BACTÉRIAS

A transgenia de bactérias é a mais antiga e mais utilizada, pois através desta conseguimos obter bactérias que produzem medicamentos, energia, e que purifiquem águas e outros componentes, além de utilizar a bactéria para pesquisar os fármacos já existentes.

A transgenia da bactéria é obtida da seguinte forma:
  •          inicialmente faz-se uma pesquisa do gene de interesse (aquele que quer ser introduzido);
  •      em seguida procura-se em um banco de dados os kits de interesse (esse é um passo muito importante, pois, o sucesso da técnica depende muito deste kit). No kit podemos encontrar as enzimas de restrição e outras enzimas (a enzima de restrição é aquela que corta o DNA alvo no lugar certo, para a introdução do DNA de interesse);
  •     Amplificação do DNA utilizando a técnica de PCR;
  •     Verificar o resultado da amplificação com o auxilio da eletroforese;
  •        Purificar e ressuspender o DNA alvo;
  •         Digerir o DNA com as enzimas de restrição (do kit);
  •         Normalmente utiliza-se um vetor de expressão (isso confere uma cor fluorescente para verificar se o DNA de interesse foi inserido no DNA alvo);
  •     Coloca-se este pool (mistura) em meio de cultura;
  •     Verifica-se o meio de cultura (devido ao vetor de expressão as colônias que tiverem o DNA de interesse irá ficar com a coloração);
  •         Verifica-se a colônia por meio da técnica de TOOTH-PICK;
  •     Faz-se a técnica de MINI-PREPARO;
  •     Verifica-se a presença do Inserto, isto é, se a bactéria de interesse está expressando o gene de interesse.


Essa postagem não tem a finalidade de ensinar como fazer uma transgenia, e sim, mostrar como é feito, tem alguns nomes que podem parecer estranho, mais estas técnicas (PCR, TOOTH-PICK, MINI-PREP) serão explicadas uma-a-uma em outra postagens.


 VÍRUS

 O vírus é uma grande incógnita, pois não se tem um controle sobre ele, mas esta sendo muito utilizado para estudos. O vírus mais utilizado são os bacteriófagos (pequenos vírus que infectam bactérias).

Os bacteriófagos estão sendo utilizados para introduzir um DNA ou RNA de interesse em uma bactéria (fazer a transgenia de bactéria, utilizando um vírus).

Outra forma de utilizar o vírus transgênicos é para curar certos tipos de doenças genéticas (principio da Terapia Gênica).

Devido a instabilidade do vírus, pois, não temos controle sobre eles, ainda não são utilizados comercialmente, mais tem sido utilizado somente em pesquisas. Gostaria de esclarecer que essas pesquisas são feitos em laboratórios altamente controlados, por profissionais capacitados para isso, aqui no Brasil por exemplo existe poucas empresas com estes laboratórios, mas estes são laboratórios de excelência.


 LEGISLAÇÃO

 O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão responsável pela liberação e fiscalização dos transgênicos, isso é feito através da coordenação de biossegurança. No sitio do MAPA (http://www.agricultura.gov.br) no link BIOSSEGURANÇA DE OGM, encontramos:

“As atividades com organismos geneticamente modificados (OGM) no Brasil são disciplinadas pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, regulamentada pelo Decreto nº 5.591, de 24 de novembro de 2005.
De acordo com a Lei nº 11.105, de 2005, compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, após manifestação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, a emissão de autorizações e registros, e a fiscalização de produtos e atividades que utilizem OGM e seus derivados destinados ao uso animal, na agricultura, na pecuária, na agroindústria e áreas afins, de acordo com a legislação em vigor.”

Quanto a rotulagem de OGM gostaria de lembrar que o símbolo do triângulo eqüilátero com um “T” no centro é de responsabilidade do Ministério da Justiça, que após consulta pública e com base no Decreto nº 4.680 de 24 de Abril de 2003, publicou a Portaria nº 2.658 de 22 de Dezembro de 2003. Mais informações sobre estas legislações poderão ser obtidas no sitio do Ministério da Justiça: http://www.mj.gov.br


E que toda e qualquer atividade envolvendo a saúde humana é regulamentada, autorizada, registrada e fiscalizada pelo Ministério da Saúde e seus órgãos. http://www.saude.gov.br e http://www.anvisa.gov.br