PACINI, Diogo Barth.
Transgênicos conforme o próprio nome diz é uma transformação gênica, esta é feita por engenharia genética, que tem a função de inserir genes de outra espécie que não pode ser feita de forma natural.
Os transgênicos são muito
conhecidos, principalmente no que diz respeito aos alimentos. Mas a trangenia
pode ocorrer em plantas, animais, bactérias e vírus.
Outro método é o utilizando
Agrobactéria (Bactéria do solo), esta tem a capacidade de entrar na célula
vegetal e inserir seu material genético no DNA da planta. Em laboratório as
agrobactérias são manipuladas e delas se
retiram a porção de DNA que não interessa e é adicionada o DNA de interesse, em
seguida, a nova agrobactéria é colocada em contato com as células vegetais,
fazendo o seu papel, em pouco tempo o DNA de interesse já estará junto com o
DNA da célula vegetal. Está célula é colocada para a reprodução, surgindo
assim, novas plantas com características de interesse.
OBS.: o método da agrobactéria
será vista com mais detalhes logo abaixo.
Essas transformações em plantas
são utilizadas para obter as seguintes alterações:
- resistência a outras plantas (chamadas de daninha);
- produção de flores mais bonitas ou com coloração diferenciada;
- frutos com maiores valores energéticos ou mais nutritivos (aumentando o teor de algum ingrediente);
- produção de plantas que duram mais tempo;
- resistência à seca;
- resistência a insetos;
- tolerância ao herbicida glifosfato (muito utilizado em kits de agrotóxicos, isso faz com que a planta resista mais quando estes kits são utilizados na cultura);
- resistência a vírus e bactérias;
- modificar algumas características dos frutos, tais como, frutos sem sementes, mais suculentas, colocação diferentes entre outras.
Em animais a transgenia é muito
utilizada para pesquisas cientificas, mas também podem ser utilizadas para:
- obtenção de fármacos;
- alteração de características físicas;
- alteração dos nutrientes (em caso de animais em que o homem utiliza para obter alimentos, tais como o ovo e o leite);
- produção de alimentos com características alteradas (ovos maiores por exemplo);
- produzir animais resistentes a doenças;
- utilizar animais para o xenotransplante (transplantes de órgãos de animais em humanos);
- produzir animais com características bio-reatoras (de interesse a industria).
Caso queira saber mais sobre este
assunto indico este artigo para leitura:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252008000200017&script=sci_arttext
A transgenia de bactérias é a
mais antiga e mais utilizada, pois através desta conseguimos obter bactérias
que produzem medicamentos, energia, e que purifiquem águas e outros
componentes, além de utilizar a bactéria para pesquisar os fármacos já existentes.
A transgenia da bactéria é obtida
da seguinte forma:
- inicialmente faz-se uma pesquisa do gene de interesse (aquele que quer ser introduzido);
- em seguida procura-se em um banco de dados os kits de interesse (esse é um passo muito importante, pois, o sucesso da técnica depende muito deste kit). No kit podemos encontrar as enzimas de restrição e outras enzimas (a enzima de restrição é aquela que corta o DNA alvo no lugar certo, para a introdução do DNA de interesse);
- Amplificação do DNA utilizando a técnica de PCR;
- Verificar o resultado da amplificação com o auxilio da eletroforese;
- Purificar e ressuspender o DNA alvo;
- Digerir o DNA com as enzimas de restrição (do kit);
- Normalmente utiliza-se um vetor de expressão (isso confere uma cor fluorescente para verificar se o DNA de interesse foi inserido no DNA alvo);
- Coloca-se este pool (mistura) em meio de cultura;
- Verifica-se o meio de cultura (devido ao vetor de expressão as colônias que tiverem o DNA de interesse irá ficar com a coloração);
- Verifica-se a colônia por meio da técnica de TOOTH-PICK;
- Faz-se a técnica de MINI-PREPARO;
- Verifica-se a presença do Inserto, isto é, se a bactéria de interesse está expressando o gene de interesse.
Essa postagem não tem a
finalidade de ensinar como fazer uma transgenia, e sim, mostrar como é feito,
tem alguns nomes que podem parecer estranho, mais estas técnicas (PCR,
TOOTH-PICK, MINI-PREP) serão explicadas uma-a-uma em outra postagens.
Os bacteriófagos estão sendo
utilizados para introduzir um DNA ou RNA de interesse em uma bactéria (fazer a
transgenia de bactéria, utilizando um vírus).
Outra forma de utilizar o vírus
transgênicos é para curar certos tipos de doenças genéticas (principio da
Terapia Gênica).
Devido a instabilidade do vírus,
pois, não temos controle sobre eles, ainda não são utilizados comercialmente,
mais tem sido utilizado somente em pesquisas. Gostaria de esclarecer que essas
pesquisas são feitos em laboratórios altamente controlados, por profissionais
capacitados para isso, aqui no Brasil por exemplo existe poucas empresas com
estes laboratórios, mas estes são laboratórios de excelência.
“As atividades com organismos
geneticamente modificados (OGM) no Brasil são disciplinadas pela Lei nº 11.105,
de 24 de março de 2005, regulamentada pelo Decreto nº 5.591, de 24 de novembro
de 2005.
De acordo com a Lei nº 11.105,
de 2005, compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, após
manifestação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, a emissão
de autorizações e registros, e a fiscalização de produtos e atividades que
utilizem OGM e seus derivados destinados ao uso animal, na agricultura, na
pecuária, na agroindústria e áreas afins, de acordo com a legislação em vigor.”
Quanto a rotulagem de OGM gostaria de lembrar que o
símbolo do triângulo eqüilátero com um “T” no centro é de responsabilidade do
Ministério da Justiça, que após consulta pública e com base no Decreto nº 4.680
de 24 de Abril de 2003, publicou a Portaria nº 2.658 de 22 de Dezembro de 2003.
Mais informações sobre estas legislações poderão ser obtidas no sitio do
Ministério da Justiça: http://www.mj.gov.br
E que toda e qualquer atividade
envolvendo a saúde humana é regulamentada, autorizada, registrada e fiscalizada
pelo Ministério da Saúde e seus órgãos. http://www.saude.gov.br
e http://www.anvisa.gov.br