PACINI, Diogo Barth
A Leptospirose é uma doença infecciosa
causada por bactéria, em especial a mais conhecida é a bactéria Leptospira interrogans, apesar de ser a
mais conhecida a leptospirose pode ser causada por outras bactérias da mesma
família (L. kirschneri, L. noguchii, L. alexanderi, L. weilii,
L. borgpetersenii, L. santarosai, L. kmety) além dessas bactérias causadoras, temos as oportunistas,
isso é, não causam leptospirose em organismos sadios, mas se aproveitam de
organismos debilitados, são elas: L.
inadai, L. fainei, L. broomii, L. licerasiae, L. wolffii.
Devido a essa grande quantidade de bactérias causadora da mesma doença é comum
encontrar nos registros como Leptospira
patogênica, visto que além destas citadas existem as que não causam doenças. A
Leptospirose também é uma zoonose, isso é, causa doença em animais e os animais
transmitem essa doença para o homem. O Ser Humano é considerado hospedeiro
terminal da leptospirose, visto que é muito rara a transmissão entre os seres
humanos (devido a essa raridade, não são encontrados na literatura dados deste
tipo de transmissão), a transmissão e feito de animal para animal e de animal
para seres humanos.
O rato é o maior e mais conhecido
transmissor de leptospirose, mas outros animais, tais como, bovinos, suínos,
equinos, caprinos, ovinos e caninos também são reserva natural da bactéria Leptospira e transmissores de
leptospirose.
A leptospirose também pode ser
considerada uma doença ocupacional visto que atinge trabalhadores rurais e
também pessoas que trabalham em rede de tratamento de água e esgoto.
O Brasil é um país endêmico de
leptospirose com ocorrência de epidemias anuais, devido ao grande numero de
cidades sem tratamento de esgoto e as grandes inundações e as enchentes que
ocorrem todo o ano.
Os primeiros sintomas da leptospirose
são muito comum a outras doenças, tais como dengue, gripe e outras doenças
tropicais, dentre os sintomas estão, febre alta, cefaleia, náuseas, vômitos,
tosse, diarreias, dores muscular (principalmente de membros inferiores), entre
outros, o que diferencia a leptospirose das demais doenças é a hiperemia
conjuntival (alergia nos olhos). Existem duas fases, a fase precoce e a fase
tardia.
A Fase precoce ou fase leptospirêmica,
é a fase onde são encontrados os primeiros sintomas, por isso, a doença é
branda e mais fácil de controlar. A fase tardia ou fase imune é a fase onde a
doença é mais severa e pode levar a óbito se não tratado com urgência, nesta
fase ocorre a síndrome de Weil (Adolf Weil – nome do patologista que descobriu
e descreveu a leptospirose), nesta síndrome é caracterizada por hemorragias
(mais comum é a hemorragia pulmonar), icterícia (a pele fica em um tom
amarelo-alaranjado), e insuficiência renal (devido a bactéria paralisar as
funções do rim)
.
O Tratamento médico é feito com antibióticos,
na fase precoce o paciente é tratado em casa, onde o médico receita um
antibiótico e a hidratação do paciente, já a fase tardia por ser mais severa, o
paciente fica internado e recebe o antibiótico e a hidratação de meio venoso.
Não é aconselhado em nenhuma das fases o uso de medicamento que contenha ácido
acetilsalicílico, pois esse pode aumentar o risco de sangramento/hemorragia.
Não existem vacinas contra leptospirose para humanos, somente para animais, mas
a vacina não impede que o animal contraia a bactéria, a vacina somente evita
que os animais contraiam a doença (leptospirose), mesmo assim eles são
transmissores da doença.
Quando as pessoas forem ao posto de
saúde com sintomas de leptospirose o posto tem por obrigação legal, avisar o
departamento de vigilância da saúde e ambiental da secretaria de saúde. Que por
sua vez da o suporte necessário junto ao posto, com treinamento da equipe de
médicos, enfermeiros e técnicos.
Uma das ações que podem ser tomadas é
a distribuição de folhetos informativos sobre a doença e dicas de higiene
pessoal e sugestão para limpeza dos terrenos e residências, e a mesma
informação ser divulgada por meio do rádio e televisão.
Se mesmo com essas ações continuar
aumentando o numero de casos de pessoas infectadas com leptospirose, a
secretaria de saúde é obrigada a informar o Ministério da saúde, e passa assim
a ser considerado uma epidemia, visto que uma região inteira esta com surto, e
corre o risco de passar para regiões adjacentes.
Outro meio de controle da Leptospirose
é realizar a desratização, intensificar a coleta de lixo, realizar a limpeza de
bocas de lobo, limpeza das vias públicas e intensificar o serviço de
cata-entulhos.
A leptospirose é diagnosticada com
exames físicos, clínicos e laboratoriais, que os médicos solicitam ao
laboratório credenciado. Inicialmente os médicos aferem a pressão arterial e a
temperatura, observam os estado de hidratação, observam se não há sangramento,
avaliam o nível de consciência do paciente e a presença de icterícia. Os exames
laboratoriais que são sugeridos são hemograma completo, e bioquímico (ureia,
creatinina, bilirrubina, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina, CPK, Na+ e K+),
se o médico achar necessário ou suspeitar que o paciente já esteja na fase
imune da doença ele solicita a radiografia do tórax, o eletrocardiograma (ECG)
e a gasometria arterial.
Os sinais clínicos que sugerem uma
internação imediata são: Icterícia, arritmias, hipotensão, fenômenos
hemorrágico, oligúria, dispneia, tosse, taquipnéia, vômitos frequentes e
alteração no nível de consciência, para internação basta ocorrer um desses
sintomas.
Mesmo identificando os sintomas, e
conferindo os exames o médico pode solicitar o exame de cultura bacteriana
(cultura de bactéria especifica (leptospira) e geral), além do PCR para
identificação da espécie da bactéria através do DNA.
Conforme dito anteriormente,
independente da fase, o tratamento é feito com antibiótico e hidratação. No
caso da internação, as primeiras 24 horas são as mais críticas, pois é neste
período que o paciente pode vir a óbito.
Após o combate ao transmissor da
leptospirose, através de desratização, conscientização e da limpeza urbana, o
controle é feito pelo sistema de saúde, com distribuição de antibióticos,
orientação e internação.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
Por isso, e por causa de outras
doenças devemos sempre manter os terrenos e as vias públicas limpas, realizar a
separação do lixo para facilitar a coleta seletiva e evitarmos armazenar caixas
de papelão, papéis e demais entulhos dentro das residências e dos terrenos.
BRASIL. Guia Leptospirose: diagnóstico e Manejo Clínico/ Ministério
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, 2009.
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Laboratório Fleury - http://www.fleury.com.br/revista/dicionarios/doencas/pages/leptospirose.aspx
LIMA, S. C. de; SAKATA, E. E.; ROCHA SANTO, C. E. da;
YASUDA, P. H.; STILIANO, S. V. & RIBEIRO, F. A. – Surto de leptospirose
humana por atividade recreacional no Município de São José dos Campos, São
Paulo. Estudo soroepidemiológico. Rev.Inst. Med. Trop. São Paulo. 32 (6):
474-479, novembro-dezembro, 1990
Revista Viva a Saúde - http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/32/artigo30660-1.asp/